Passados 36 anos de labuta, João da Amélia deu por encerrada sua missão. Arrendou a Santa Luzia para seus filhos Isaac e José e se instalou bem no centro de Paraisópolis. Mas seu sonho não parava de frutificar. A procura pela "Amélia" aumentava. Uma roda d'agua de ferro tomou o lugar da velha roda de madeira. Junto com ela chegou também um novo terno de moenda e os canaviais invadiram as pastagens e os cafezais. Nesse ano de 1942 a cana ainda chegava ao engenho em carros-de-boi com suas rodas rangedeiras, mas alguns carros já levantavam a poeira das estradas.
Com a ajuda de um moderno alambique do tipo cebola, a produção pulou para 500 litros em 1953 e a Santa Luzia se encheu de novidades. Um trator, com a marca Unimog pintada na lataria, rodava pelo campo no lugar do arado puxado a boi. A nova enchedora dava conta de seis garrafas de uma vez, auxiliada por uma ágil tampadora a pedal, sem dúvida um enorme salto tecnológico. O tempo da tropa ficou para trás. A "Amélia" chegava agora aos pontos de venda na carroceria de um Ford 46. Em 1955 estava fundada a "Irmãos Faria", firma criada especialmente para produzir a afamada aguardente. Em 57 não teve jeito.
Foi preciso mudar mais uma vez para atender o mercado. O engenho foi aumentado em 300 metros quadrados para abrigar a caldeira, o motor a vapor, as novas moendas, os alambiques e os tanques de fermentação. A fome de cana do engenho cresceu de 3 para 15 toneladas diárias. Assim, 1.500 litros de "Amélia" eram despejados no mercado todos os dias.